segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Vamos ao Circo - nova temporada


Teve ontem início a nova temporada de Circo (do futebol português), com o alto patrocínio da Liga de Clubes, Federação Portuguesa de Futebol, Ministério Público e, como é óbvio, Estado português.

À imagem das temporadas anteriores, a cada companhia creditada compete fazer 34 espectáculos, de Agosto a Maio.
O Sporting, como não podia deixar de ser, e uma vez que é uma das companhias mais antigas do circuito nacional, será parte integrante deste entretenimento. De forma intercalada, fará 17 espectáculos longe da sua casa, fazendo os restantes 17 no seu domicilio, onde cerca de 30 mil espectadores já garantiram o seu lugar para toda a temporada (eu já tenho o meu!).

De Chaves a Portimão, a tournée leonina tentará chegar ao maior número de locais possível, com o objectivo de poder ser vista (e acarinhada), pelos milhares de fãs que tem por todo o país, num fenómeno de grande orgulho e beleza, mas que cada vez é mais difícil de explicar (e acreditar). Pena que ainda não seja desta que se possa chegar mais ao interior. Mas também é para isso que serve a Equipa B. Por exemplo, ainda ontem esta formação foi à Covilhã, num convívio com o Sporting local, chegando às gentes muitas vezes esquecidas da Beira interior. Diz quem viu, que a festa foi boa. Ainda bem.

A fim de manter sempre uma audiência cativada (e ilusionada), o Sporting mudou radicalmente o seu elenco. Para já (mas virão mais...), 11 caras novas, numa prática transversal aos últimos anos. Há quem chame "contratações cirúrgicas", eu acho que é mais uma patologia (isso, vou pensar que é uma doença, só para não me chatear).
Uma vez mais, a promessa de ter um elenco mais novo, com alunos vindos do "Chapitô" de Alcochete - cuja Qualidade e grande preparação é indiscutível - ficou por aí mesmo, promessa... 
Das caras novas, Coentrão, Bruno Fernandes, Doumbia e Acuña são, claramente, reforços. Mathieu e Battaglia podem vir a ser boas surpresas (veremos). Salin é jogar pelo seguro. De resto... o mais certo é terem tanta relevância e destino como tiveram os "cirúrgicos" Castaignos, Douglas, Petrovic, Marvin, Meli, etc, etc.

A tournée começou na Vila das Aves. Apesar de estádio cheio para ver o Sporting, este apresentou-se com uma postura, meramente, profissional. Cumpriu a sua missão. Não digo que esteja mal. E sendo o 1º espectáculo, os artistas não quiseram logo (nem podiam), dar tudo. Foram lá, tocaram os clássicos, respeitaram quem comprou bilhete, mas não houve lugar a encore. Agradeceram ao público, arrumaram a bagagem e partiram rumo a Lisboa onde, já nesta sexta-feira, terão novo espectáculo contra o Vitória de Setúbal, em Alvalade.
Na verdade, face ao alinhamento, seria difícil o jogo ser animado. Para existir velocidade, só existia um jogador em palco: Gelson
Claro que não surpreende que tenha sido por ele que tenha existido palmas e golos. Muito bem secundado pelo Marcus "Belarmino" Acuña, Gelson foi a figura de uma vitória justa, mostrando que inícios de época é com ele.
De destacar a regularidade de Rui Patrício e William, assim como de Coates e, agora, Coentrão.

Jorge Jesus, o Mestre de Cerimónias pela 3ª temporada consecutiva, embora sem nunca admitir, lá percebeu que o espectáculo estava longe de entreter. E, contra a sua vontade, teve de lançar Podence, acrescentando Qualidade e Velocidade ao jogo. Que surpresa... (e vindo do "Chapitô"!)
Fico preocupado, mas não surpreendido, com a presença deste jovem talento no banco (e Iuri na bancada... alguém tem de fazer de F.Geraldes neste plantel, não é?). A intenção de JJ é óbvia: ali, naquele lugar, só há lugar para Alan Ruiz. O modelo é esse e só assim se explica a presença de Bruno Fernandes naquela posição.

Uma nota final. Vejo que JJ não quer mudar muito face aos espectáculos da temporada passada. Não sei se é boa ideia. O elenco parece melhor (apesar de algumas saídas que não gostei: Semedo, Esgaio, Beto, Gauld, Matheus  Pereira e F.Geraldes), mas há traços que eu mudaria. Trazer para defesa-direito alguém igual ao Schelotto é querer usar e replicar sequências cómicas que, para nós adeptos leoninos, já não têm assim tanta piada. Mas enfim... estamos só a começar.

Uma homenagem à voz de um leão, que precocemente nos deixou, com um tema que podia bem ser o hino da palhaçada que, alegremente, fazemos parte.


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